Após dois anos foragido da polícia, um homem, de 38 anos, está preso suspeito de ter assassinado a ex-sogra, Elizângela Amorim da Silva, de 37 anos, na frente do filho dela, que na época tinha 9 anos de idade.

Leonardo Aparecido Soares Vieira, de 38 anos, foi localizado em Manhuaçu, na Zona da Mata de Minas, no fim de janeiro deste ano.

O crime ocorreu em janeiro de 2018 em Santa Luzia. Outras três pessoas foram presas e indiciadas por suposta colaboração no assassinato.

A Polícia Civil informou que o crime ocorreu devido a uma desavença familiar: o homem tinha um relacionamento com a filha da vítima, que na época, tinha apenas 16 anos e estava grávida dele. Entretanto, a família não aprovava a relação.

"A mãe e a filha chegaram a registrar um boletim de ocorrência contra o homem, pois, ele já tinha envolvimento com criminalidade e por fazer ameaças à jovem para manter o namoro. Ele não aceitou e, na versão dele, foi à casa da vítima apenas para conversar", explicou a delegada Adriana Rosa.

O crime

Na noite do dia 15 de janeiro de 2018, o suspeito foi à casa da família acompanhado de Hélio Eugênio dos Santos Júnior, um amigo de 21 anos.

Chegando ao local ele ficou escondido na casa de Deiziele Cristina Santos Mariano, 32 anos, vizinha da vítima, que o abrigou e o manteve informado sobre o momento em que a família chegaria em casa.

"Quando Elizângela estava chegando em casa, notou que algo estava errado e pediu que a filha a aguardasse do lado de fora. A menina já tinha uma medida protetiva contra o suspeito", disse a delegada.

Leonardo atirou nas costas da ex-sogra sem dar a ela chance de defesa. Um dos sete filhos dela, um menino de 9 anos na época, assistiu ao assassinato.

Depois do crime, Leonardo fugiu e ficou abrigado na casa de Hélio Eugênio dos Santos, de 58 anos, pai de Hélio Júnior, por aproximadamente 15 dias, até desaparecer por dois anos.

"Ele estava trabalhando e morando em uma propriedade da zona rural que produz café em Manhuaçu. Contamos com o apoio da polícia de lá", disse.

Os três envolvidos foram presos nesta quarta-feira (5). Os quatro estão sendo acusados de homicídio triplamente qualificado: por dificultar a defesa da vítima, por motivo torpe pela qualificadora de feminicídio.

Frieza na ação

Na delegacia regional de Polícia Civil em Santa Luzia, o viúvo de Elizângela afirmou estar aliviado com a prisão dos suspeitos.

"Está sendo muito difícil ainda. É uma dor que parece não ter fim. Meus filhos choram e quando eu pergunto o motivo eles dizem: 'saudades da minha mãe', está muito difícil, mas hoje estou vendo que a justiça está sendo feita", relata o pedreiro José Roberto da Silva.

Ainda segundo José, descobrir que a vizinha ajudou o suspeito foi surpreendente.

"Nunca tivemos nada contra ela. Inclusive, eles pediam para que eu arrumasse algumas coisas na casa deles, nossos filhos brincavam juntos, eu não sei o porquê dela ter feito isso", afirmou.

De acordo com a delegada Adriana Rosa, responsável pelos trabalhos, após o crime, o suspeito ainda chegou ameaçar outros familiares da vítima.